Como curar uma alma inteiramente frágil?





Esse questionamento veio antes mesmo de poder olhar em seus olhos e sentir aquele lugar vazio que sua alma vagava. A incerteza do amanhã e de um novo amor duradouro surgiria, destruíram seus sonhos, antes mesmo dele tentar realizá-los, porque sempre foi assim com ele.

Afastado de toda as boas possibilidades de se ver a vida ele se isolou dentro de si, e hoje vaga, entre os barzinhos mais fajutos da cidade onde tenta sobreviver. A rua parecer não querer perdê-lo, ela já o dominou, e fez de morada. (como faz com tantos outros corações perdidos de casa).

As células mortas tentam dominar seus passos.

Como pode alguém tão entregue não receber o mínimo de amor possível?. "Eu não devo estar vivo, porquê eu não mereço", dizia ele tentando explicar-se sobre o acumulo de erros e acertos que já fez na vida. A conexão era mútua, conseguíamos sentir a mesma sensação, vivenciamos a mesma dor de anos em apenas alguns minutos de conversa. Eu quero salvá-lo do abismo, esse vão entre a vida e a morte nos fere demais a alma.

O desejo reprimido pelo patriarcal o faz sentir-se inseguro e ainda mais solitário, como uma ovelha perdida do seu rebanho.

Eu quis pular junto com ele no precipício e fazer sumir toda essa dor que sentíamos, mas não pulamos, ignoramos a dor e seguimos até o breve adeus. Agora sou eu quem vago, entre os poucos minutos de conversa que se esvaem como a fumaça do cigarro que ele não parava de fumar. A necessidade de aprovação mata o homem, assim como um amor mata um coração. Assim como ele vem morrendo.

Eu devo deixa-ló para a guilhotina, ou devo salvá-lo e me ferir junto?

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