QUANDO A SOLIDÃO VEM ME VISITAR

E mesmo sem você querer ela vai chegar. De mansinho vai passando as mãos em teus cabelos, te convidando aos poucos para a velha dança. Vocês vão aos poucos se redescobrindo, unindo-se cada vez mais, relembrando os velhos tempos. 

Com aquela velha dor você grita implorando por ajuda, e então a solidão te ofereci as caixas. De formatos diferentes, de sabores amargos e com uma grande solução para os problemas. Esquecer quem você é, o que você sente e todas as suas fraquezas. 

Apagar, dá um tempo na vida e curtir os sonhos como nunca.

Eu confesso que tento não a encontrar, tento de todas as formas que conheço não olhar para o seu rosto, mas o escuro me chamar cada vez mais alto para o seu lado, e quando eu vejo já fui. Sinto-me preso a essa realidade estupida que tenta cada vez mais me colocar pra baixo, que tenta cada vez mais me mostrar que entre os vivos eu não deveria estar. 

Continuo tentando fugir desse mundo, encontrando cada dia uma nova distração que me force a querer ficar. Engolindo cada vez mais álcool para esquecer as dores, entregando-me cada vez mais a morte. 

É estranho se ver morto mesmo estando vivo, respirar não é estar vivo - ou é? 

Sobre-viver.